quarta-feira, 6 de março de 2013

Chaves

Pois é, eu ia (re)começar o blog com um assunto meu, escrito por mim... mas aí veio a morte do Hugo Chavez. Poderia eu dar a minha opinião do assunto, mas vou ficar com a do Flávio Gomes que já está de muito bom tamanho. Além de ele escrever bem melhor do que eu e ser um pouquinho mais famoso...

Leiam. (original em http://flaviogomes.warmup.com.br/2013/03/gira-mondo-gira-42)

GIRA MONDO, GIRA

comandante 
SÃO PAULO – Hugo Chávez foi um libertador. É um dos heróis desta América Latina violentada por séculos que encontrou, ao longo dos anos, pouca gente de coragem para enfrentar o que de pior a espécie humana produziu. Do seu jeito, porque na Venezuela não havia outro jeito, peitou as mais odiosas elites econômicas e políticas de seu país e do vizinho ao norte, e ganhou.
Ganhou no voto, ao contrário do que os obtusos guiados pela imprensa de sempre, cada vez menos relevante, imaginam. Tentaram tirá-lo do poder à força, mas o povo venezuelano o conduziu de volta a Miraflores. Chamam-no de ditador. Um ditador que nunca teve medo de uma eleição. Que não deu um passo fora da Constituição de seu país. Que não partiu para a vendetta contra aqueles que chegaram, até, a defender seu assassinato em horário nobre de TV. Esses se retiraram do jogo democrático, covardes que são. E fugiram para a Flórida.
O comandante morre cedo, mas deixa uma herança política eterna, que se espalhou por sua querida América do Sul. Brasil, Bolívia, Equador e Uruguai, principalmente, ao seu modo, seguem os passos do bolivariano no sentido de defender sua autonomia e de se preocupar com os pobres, gerações de pobres estupradas por uma minoria abjeta que sempre deteve, e na maioria dos casos ainda detém, o poder econômico e político no continente. Amar os pobres é algo que não entra na cabeça de uma parcela da sociedade.
Sua morte será comemorada em Miami, nas redações da “Veja” e dos jornalões e em alguns outros círculos desprezíveis formados por gente desprezível.
As ruas da Venezuela, porém, vão mostrar quem foi Chávez e o que ele representou. E, aí, aqueles que festejam sua morte e se preparam para tomar o país de volta perceberão que já não é mais possível.

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